“Nascer é divino, parir é animal”. Li esta frase há algum tempo e tenho refletido bastante sobre ela. Depois das discussões geradas com o texto do “parto animalizado”, passei a analisar sobre como seria um parto animalizado.
Entendendo o instinto do parto animalizado
O parto é uma função feminina fisiológica muito primal, muito mamífera, muito animal. Buscar racionalizar, calcular e planejar este momento pode aumentar a produção de hormônios relacionados ao medo e ansiedade e bloquear a produção de ocitocina, o hormônio do parto. A ocitocina, o hormônio do parto, do orgasmo e da amamentação, precisa de “espaço” para ser produzido. Ele é muito potente, muito forte, afinal, promove os eventos mais emocionantes na vida do animal feminino mulher. Entretanto, por causa de sua “timidez”, sua produção pode ser bloqueada pela mulher “humanizada, moderna e masculinizada”. Um parto animalizado é um parto fisiológico. É um parto livre, é um parto feminino. É o parto onde a mulher consegue liberar todo o seu potencial para a reprodução e maternidade. É um milagre! Como podemos nós, mulheres intelectualizadas, perfeccionistas, masculinizadas, trabalhadeiras, conseguirmos concentrar nossos corpos e mentes em um estado primitivo tal que nos leve a parir nossos filhos da maneira natural?Como conseguimos vencer nossos medos e desligar nossos cérebros para parir nossos filhos?
Não sei. O que sei é que conseguimos. Toda mulher que quiser, consegue. Esta fantástica conexão com seu interior “animal” que vem junto com a desconexão com seu cérebro “humano” que resulta em lindos e prazerosos partos, que acabamos por chamar, paradoxalmente, de “humanizados”.
Se parir é animal, então, o que temos chamado, até agora, de “parto humanizado”, deveria mesmo é ser chamado de “parto animalizado”, pois este parto seguro, fisiológico, livre, perfeito. Assim, o parto animalizado nada mais é que o resultado da perfeita dança hormonal e corporal que os animais, em nenhum esforço intelectual, têm.
Porque “nascer é divino e parir é animal”.



