Tudo sobre depressão durante a gravidez

A depressão durante a gravidez está muito presente no Brasil e acomete milhares de mulheres em todo o mundo. Estudos comprovam que aproximadamente 20% das mulheres sofrem de depressão durante o período gestacional, que pode se estender até o puerpério. Globalmente, estima-se que 1 em cada 10 gestantes sofra com a depressão, sendo que muitas delas apresentam depressão e ansiedade pela primeira vez em suas vidas durante a gravidez ou depois do parto. Os distúrbios depressivos são doenças que podem variar de leves a muito graves. A depressão compreende mais do que se sentir triste e chateada por pequenos períodos ou estar de luto após uma perda. A depressão afeta os pensamentos, sentimentos, o comportamento e a saúde física. Essa condição muda como um todo a forma como o corpo funciona no dia a dia e a relação com familiares e colegas de trabalho. A depressão pode ocorrer em diferentes momentos da vida e em diferentes situações.

Quais são os sinais de depressão durante a gravidez?

Os sinais de depressão podem parecer com as flutuações de humor comuns na gestação. Humor mais triste é comum durante a gestação, porém, é importante se atentar quanto aos sinais de depressão, principalmente quando esses estão presentes por mais de duas semanas. São eles:

• Humor deprimido durante dias inteiros, quase todos os dias;
• Perda do interesse no trabalho e outras atividades diárias;
• Sentir-se culpada, sem esperança ou sem valor;
• Alterações de sono, tanto aumento quanto dificuldades para dormir;
• Distúrbios de apetite, tanto aumento ou perda de apetite, e como consequência, perda ou ganho de peso;
• Dificuldade para prestar atenção, se concentrar ou tomar decisões;
• Sentimento de cansaço e falta de energia;
• Inquietude ou lentidão perceptível por outras pessoas;
• Pensamentos negativos de se machucar ou suicídio

É importante ressaltar que pensamentos de morte são sinais de depressão. Em momentos de crise, linhas telefônicas de ajuda como 188 do Centro de Valorização a Vida devem ser acionadas.

Os efeitos da depressão na gestação não tratada:

A depressão durante a gestação é muito importante de ser acompanhada. Mulheres que já faziam uso de medicação anteriormente a gestação podem apresentar quadros depressivos durante a gravidez e as depressões gestacionais não tratadas representam um risco maior no desenvolvimento de depressão pós parto. Além disso, mulheres que apresentaram depressões severas durante a gestação podem apresentar dificuldades de autocuidado. Dessa forma, muitas delas não apresentam hábitos de alimentação saudável e atenção pré natal adequada, por exemplo, o que pode representar riscos a saúde dela e do bebê. Quando pensamos no recém-nascido, algumas condições têm mais propensão de ocorrer quando consideramos as depressões não tratadas: A criança pode não crescer de forma adequada intra útero, as chances são maiores de parto prematuro, a criança pode nascer com baixo peso e apresentar complicações após o parto. Além disso, a criança pode, no futuro, apresentar mais problemas comportamentais e emocionais quando comparadas a outras crianças.

Como a depressão na gravidez é tratada?

O tratamento da depressão pode incluir psicoterapia, medicação ou uma combinação das duas estratégias. Suporte familiar e de amigos próximos também pode trazer muitos benefícios. Muitas mulheres podem perceber  também que atividades de auto cuidado como uma boa rotina de sono, alimentação saudável e exercícios físicos leves, juntamente com grupos de apoio podem ser bons aliados na recuperação da depressão durante a gravidez. Psicoterapia é um tipo de terapia que busca trabalhar com problemas psicológicos, como a depressão. Nas consultas o terapeuta busca, em conjunto com o paciente, identificar os problemas, descobrir maneiras de adereçar as questões e controlar os sintomas mais importantes. As pacientes podem se beneficiar muito dessa alternativa, aumentando o bem estar e caminhando em direção da recuperação. A terapia farmacológica inclui os antidepressivos. Esses medicamentos atuam no balanço das substâncias químicas no cérebro, que afetam o humor. Existem muitas classes de antidepressivos que atuam em diferentes vias. O efeito dessas medicações usualmente demora de 3 a 4 semanas para fazer efeito. A discussão acerca da terapia farmacológica está no uso de medicações durante a gestação. A depressão não tratada apresenta diversos riscos, tanto a mãe quando ao bebê, que devem ser colocados na balança quando comparados aos riscos do uso da medicação. Estudos sugerem que a maioria dos antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina não aumentam a chance de malformações. Outras classes ainda estão sendo estudadas quanto a esses riscos.

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